Me deram carona até a rodoviária, era a mesma rodoviária de sempre, exceto pela cor salmão recem pintada e os bares que agora, com a lei seca haviam substituido suas habituais pingas por produtos eletrônicos e até mesmo por livros. Aquele era exatamente o mesmo lugar de onde eu sempre partira e aonde eu sempre chegava ao final de todas as minhas grandes viagens, mas esta era uma viagem diferente, tinha um sentimento diferente, e começara diferente desde o ínicio. Minha avó mesmo sendo muito ciumenta não havia dito nada sobre quem eu iria visitar ou quais eram as qualificações dela, ela simplesmente aceitara o fato de que era alguém que eu gostava muito, alguém que eu esperava a muito tempo para conhecer.
E ali estava eu, com minha mochila nas costas, encontrei um amigo que iria pegar o ônibus até uma cidade próxima, mas mesmo tendo ele ali, meu coração não se acalmava ele batia fortemente esperando pelo momento da chegada, mas não, não era uma viagem curta.
A internet falhava no meu celular, mas as vezes conseguia ver alguma mensagem dela no Twitter, e quando dava sinal postava algo para que eu sentisse a estrada passar mais rápido, ou tentava ouvir alguma musica, mas todas as musicas da minhas playlist faziam meu coração bater, era como se minha playlist estivesse ligado a você ao muito que eu te conhecia, sem jamais ter precisado te ver, até aquele momento.
Na minha mente duas questões me atormentavam sem parar, a primeira, porque eu não havia ido lhe conhecer antes, e a segunda estava eu fazendo a coisa certa, mas eu já sabia a resposta me esperava ao fim daquela viagem, quando eu visse a face dela saberia para sempre a resposta, saberia o que eu realmente queria.
A hora não passava, e já era chegada a hora do meu amigo descer, ele iria realizar um trabalho numa cidade próxima a nossa mas pela qual meu ônibus, um tipico pinga-pinga haveria de passar, agora estava sozinho, meu coração batia ainda mais forte, o sinal pegava, ela havia me enviado uma mensagem, eu ia dar uma resposta a mensagem dela, mas o sinal do celular cai, finalmente eu respondo, fico esperando pela resposta mas perco o sinal novamente, coloco o fone de ouvido e caio no sono.
Quando acordo já estou proximo a cidade dela, ela me liga de um numero estranho, mas eu sei que é ela, tenho certeza que é ela, meu coração fica batendo sem parar, eu demoro para atender tentando me aclamar, ela já está próxima, eu digo para ela onde estou, eu escuto a voz dela, é a mesma voz linda das outras ligações, uma voz pela qual eu sou apaixonado, será que me apaixonaria também pela dona dessa voz?
Os ultimos quinze minutos foi talvez a pior parte da viagem, eu já estava dentro da cidade dela, e ao mesmo tempo não estava, era perfeito e agunstiante ao mesmo tempo, claustrofobio e libertador, eu sabia, naquele exato momento eu sabia de tudo que queria saber desde o começo, eu queria ver ela mais do que queria me ver, não iria me suportar mais um segundo viver sabendo que eu não tinha mais uma vez ido vê-la. Meu sinal voltou, postei no twitter mais uma mensagem, não me lembro bem do que, mas acredito que tirando sarro dos vestibulandos recém saido do vestibular.
Cheguei na rodoviária, estava ainda do lado de fora, e fiquei pensando em como seria você, se sua mãe seria simpática comigo ou estaria brava por ter ficado esperando por tanto tempo, meu ônibus afinal havia chegado meia hora atrasado, mas sei lá tudo sumiu quando eu te vi, tudo sumiu da minha vista era só você te contemplar era meu maior desejo, e foi neste momento que percebi o quanto você sempre foi, é e sempre será linda.
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