Prometi que iria manter a minha sanidade diante de tudo aquilo e até que sinceramente eu tentei, mas quem disse que seria fácil aguentar aquela situação, ele e ela lá juntos novamente, e apesar de negarem admiravam um ao outro com paixão, sai de lá fui fumar um cigarro do lado de fora não iria aguentar tamanha babaquice, ser enganado novamente por um fim que mais parecia um começo, meu tempo acabara para ela, a espera, a ansiedade, o medo de ficar sozinho para sempre tudo isso me tomava.
Acendi o cigarro, os dois começaram a se beijar lá dentro eu me toquei e corri em direção ao carro, antes que eu pudesse ir ela veio, pegou suas malas, e não me disse nada, eu tive que entender por mim mesmo, deveria ir embora, mas assim sem nenhum agradecimento, eu havia sido usado novamente e só percebia isso agora.
Entrei no carro e enquanto tentava achar minha direção ganhava o centro, na minha duvida entre o quanto eu era panaca, ou o quanto ela era linda, eu ganhei a rua de um pub que eu sempre frequentara com ela, iria ser ali, naquele local que iria exorcizar aquele amor, no mesmo banco onde nos sentamos a primeira vez desde que ela veio para Curitiba com a promessa de sermos namorados, promessa essa que foi descumprida logo.
Na outra mesa algumas meninas, talvez com a idade com a qual ela havia chegado ali na primeira vez, no bar não era se permitia a entrada de menores de dezoito anos, mas era possível reconhece-las de longe, apesar de tudo eu era um velho, os trinta anos haviam chegado, até mesmo ela sofrera um pouco com o tempo, mas aquelas garotas olhavam para mim, será que eu fora enganado por mim mesmo e o tempo me fizera bem.
Logo descobri o interesse daquelas jovens meninas, eu era o professor de uma delas, Carla tinha entre dezesseis e dezessete anos cursava o terceiro ano num colégio particular, me pediu que eu sentasse com elas e me apresentou as suas amigas, Marilia, Ligia, e talvez a mais bonita dentre elas, uma morena de olhos claros e jeito fugaz e inquieto de nome Ana, sem nenhum outro complemento, pedia que a chamassem simplesmente de Ana.
Estava um tanto preocupado de estar bebendo com menores, por isso tentei voltar para minha mesa, mas Ana me segurou, virei-me para o rosto dela, ela me olhou com um sorriso de quem pede, mal tive tempo de perguntar sua idade, ela, obvio não me respondeu, era a mais nova ali, quinze anos, o bar não permitia, mas nem sempre seus ocupantes respondiam as suas regras, a lei e a sociedade também não permitiam que um trintão deixasse que uma garota desmedida e de quinze anos entrasse no seu carro, mas eu não era da lei, nem da sociedade, eu era simplesmente eu.
Continuei, ela entrou no meu carro, no banco passageiro, não era a toa que seu nome era o mesmo da minha amada, um nome tão genérico e ao mesmo tempo tão revelador, Ana, nome que combinado a olhos azuis como se fossem flecha me atacava os sentidos, ela pediu que eu parasse um pouco queria me beijar, eu deixei, ela me comandava, poderia ser uma vergonha, mas eu naquele momento estava sendo comandado por uma menina de quinze anos, alguém com tão pouca idade, e furor capaz de ensinar truques a um velho lobo.
Entramos no meu apartamento, coloquei a na minha cama, ela era virgem, e mesmo assim eu segui, em um momento estava eu com uma virgem, no outro estava eu com meu cigarro o que indicava a noite vitoriosa, ela me olhou no fundo dos olhos pediu um cigarro, acendeu, e sorriu, sorriu agradecida, eu era novamente um homem, eu estava vivo novamente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário