quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Minha primeira musa

                Poetas nascem e desde pequenos já aprendem a escrever, foi exatamente o meu caso, com três anos já sabia ler e escrever com cinco anos de idade já tinha lido diversos livros infanto-juvenis podendo citar até mesmo algumas obras do grande Marcos Rey, comecei a escrever poemas aos seis anos de idade, e aos nove já poderia ser considerado um “pequeno escritor”, tudo isso claro se deve ao fato da minha avó ter me ensinado, e minha mãe ter me motivado muito.
                Minha mãe, talvez minha primeira musa, por assim dizer, mas mães não precisam ser musas, por isso que eu prefiro dizer que foi quase uma musa, mais que uma musa, porém, ainda não uma musa, minha mãe era tudo que eu tinha fonte de inspiração, vontade de viver, minha alegria, principalmente quando ela chegava mais uma vez do hospital de volta para a casa não importando quantos meses havia ficado longe, estava sempre trazendo presentes, afinal ela me amava, não existe amor no mundo como amor de mãe e isso é uma verdade universal.
                Mas foi aos dez anos, quase completando onze anos que perdi minha mãe, foi então que meu mundo desceu ladeira abaixo, cada dia mais caia mais, não me segurava, era insano, depressivo, a cada dia mais um garoto que nunca poderia pensar em amadurecer, um menino que pensava amar uma menina por um tempo, mas depois esquecia facilmente, alguém que não era capaz de amar, o poetinha dos tempos de infância tinha sido enterrado junto com aquele caixão a dez de janeiro de dois mil e quatro, ás seis horas da manhã, quando alguém lhe acordou para lhe dizer “sua mãe está morta”.
                Foi um tempo duro, muita coisa aconteceu, continuei a praticar violão, comecei a beber em algumas festas me tornei um pouco mais adolescente, mas um adolescente triste, alguém que não era nem adulto nem nenhuma outra coisa, uma morte um nada, foi ai que no meu mundo algo mudou.
                Era meu terceiro festival, a terceira vez que eu estava em algum lugar como aquele para me apresentar, eu estava sentado no fundo de uma cantina de colégio, e ela veio até a mim, no inicio meus olhos olharam sua amiga Adina, lembro o nome dela até hoje, não poderias esquecer a pessoa que me trouxe minha primeira musa.
                Foi então que comecei a escrever, e a cantar ali mesmo uma letra meio depressiva, falava de brincadeiras e coisas que tinham acontecido recentemente com amigos meus, mas era uma letra, letra que toco até hoje para os amigos rirem, era ela, ela me magnetizava, me deixava ligado, foi então que eu reconheci você era uma Musa.
                Musa, como os gregos chamavam as entidades que inspiravam os poetas, mas que para mim tinham outro significado, musa é aquilo que te motiva, te leva a fazer algo, seja lá qualquer coisa, dizem que o mundo só gira porque os homens se interessam por mulheres, mas acredito numa coisa diferente, o mundo gira porque no mundo se ama, e as musas são a representação disso, da capacidade de amarmos de maneira pura, sem desejo, sem beijo, num abraço num beijo na nuca, ou no resto, se relacionar de forma mais intensa por uma mensagem numa tela fria movida a eletricidade, do que pessoalmente carne sobre carne num ato digno e prazeroso, mas que sem intensidade perde o sentido.
                Poetas são homens diferentes, compassados por amor, levados por instinto, precisam ás vezes ficar calados, mas no geral falam demais, e vocês musas são aquelas que entendem isso, recebem compreender, amam, recuam nas horas de stress, nós precisamos mais de vocês do que vocês precisam de nós, e foi assim que conheci Iara, minha primeira musa, da menina magrinha de olhos meigos, vejo agora pela foto uma mulher de olhos profundos, mas com um brilho que me faz saber que não houve engano, continua sendo minha musa, me inspirando.
                O cigarro é meu meio de ficar calado, para Tom e Vinicius era o Whisky, para Byron era o Sexo pecaminoso, para Socrates a solidão de uma caverna, e é quando ficar calado que eu penso, o quanto sou feliz, o quanto eu preciso de momentos tão curtos, de coisas tão bobas, para me sentir feliz, de um carinho numa grama, ou de um aconchego, ou de um conselho carinhoso via msn, ou até uma bronca.
                Somos poetas de uma nova geração, eu e meu amigo Rafael Marques, poetas que não usam, mas pseudônimos usam seus nomes e sobrenomes, pois não precisam esconder, pois nós temos vocês Iara, Barbara, Leticia, Ana Paula, Thalita, Bruna, Patricia, Alessandra, Fernanda, Gabriela, Anny, Dalila, Lauane, Marianna, Joyce, Tammy, Taise, Jéssica, Lisandra, Ery, Thais, Maiarama, Thay bianca, Paula, Kátallin, Virginia, Carol, Priscila e tantas outras.
                Mas nunca esquecerei minha primeira musa, Iara Spadrezane, daquele encontro só saudade, não rolou um beijo, e mal lembro se houve um abraço. Minha melhor lembrança? Os seus olhos. Se eu ainda lembro como ela é? Minha melhor resposta é esse texto

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