O ar era podre, a venda nos olhos lhe escondia a face,
diante de um mundo desconhecido e encarando mais uma vez a derrota ali ele
estava, não era alto nem baixo, cabelo raspado, face arredondada quase infantil
se não fossem seus dois olhos de águia dispostos a amedrontar qualquer um que
os olhasse diretamente, vestia uma jaqueta preta, não possuía como os outros
jovens de sua idade piercing ou dezena de tatuagens, seu único adorno era uma
frase em sua nuca que avisava ao inimigo que tentasse acertá-lo pelas costas “Veni,
Vidi, Vici” a célebre do comandante romano Júlio César era seu único adorno
deste tipo, calça jeans costurada por ele mesmo, um homem sem luxos, sua
pistola havia sido tirada dele, em sua índole não possuía assassinatos e para evita-los
ele constantemente se entregava antes das horas em suas batalhas, uma covardia no
ponto de vista de seus adversários um dom na visão de seus seguidores, que não
eram pouco, sempre em maior numero e muito maior motivação, ele era o líder da “Horda”.
Ela era o extremo oposto dele, seus olhos claros eram
apenas um detalhe e ela tinha uma estranha habilidade de expressar beleza em
cada canto de seu corpo, ou nas extensões dele onde cada piercing era posicionado
de uma maneira sexy e arrojada fazendo com que seu corpo tivesse ainda mais
beleza, tatuagens nenhuma, não tinha paciência para fazer tal coisa, enquanto
ele detinha suas habilidades na mira, nos olhos temerosos e no grande controle
do grupo, ela era explosiva, sabia controlar e deter o controle dos grupos nos
defeitos de cada membro, a ganância e a fúria eram suas principais armas.
Foram colocados um diante do outro, no inicio toda pompa
ou coragem deles foram desmontados, poderiam ser diferentes, mas eram grandes
lideres e tinham rápido raciocínio da situação, se eles haviam ambos sido
presos algo havia ocorrido, teriam os grupos se unido contra seus lideres em
busca de paz, teriam eles ignorados certas necessidades de seus bandos e agora
terminavam ali traídos e presos? Mas logo após o raciocínio veio o sentimento
de humilhação começou da parte dela, se sentia humilhada por ser colocada junto
a um covarde tão grande, ele se sentia enojado de estar preso com tamanha
ferocidade, ele como lidar se via como superior aos outros guerreiros e se
reservava no direito de não sujar as mãos, em campo de batalha seu esquadrão
tinha como objetivo anular forças adversárias de grande importância, sem mata-las
muitas vezes as tornando prisioneiras, enquanto alguns guerreiros se sentiam
humilhados, outros ficavam tão agradecidos que acabavam convertidos a membros
da Horda, fora assim com seu fiel e agora morto escudeiro, Jacir.
- Syaht o que faz aqui?
- O mesmo que você Seleur, presa por inimigos que nem
coragem de mostrar sua face tem.
Um homem chega até eles envolto com uma capa, Seleur não
reconhece de inicio, mas Syaht pela voz já o reconhece:
- Ora, ora, irmãos e irmãs o que temos aqui, o fim de uma
era, dois garotos que sem saberem comandaram uma era, e que se tivessem se
unido teriam construído um império gigantesco.
- Edaduas traidor, quem achas que és tu para realizar
tamanha ofensa a minha pessoa?
Ele para diante dela segurando seu queixo e diz:
- Eu sou aquele que é, aquele que será, eu sou o novo
líder, tanto da Horda como da Nau, sou aquele que realizará o que vocês não
realizaram.
Seleur responde odioso:
- E como comandará meu exército?
- Simples meu caro – responde ele – não serei eu que
estarei comandando, mas sim você, não era habito seu sumir durante certos períodos
e se comunicar apenas por cartas, terei tempo o bastante para negociar uma
trégua comigo mesmo, quanto a Nau, eles só desejam dinheiro e poder, vendo-me
em tão alto grau de ascensão todos iram me seguir. Minha cara Syaht deveria ter
sido esperta, leviathans sempre caem, leviathans sempre caem.
Ele saiu, ficaram finalmente os dois sozinhos virados um
para o outro, para fazer chacota de sua situação os dois inimigos foram
colocados muito próximos, atados de mãos, pés e braços eles ficavam com suas
cabeças muito próximas, porém isto foi um erro, isto lhe dava a chance de
conversarem, neste momento ela sussurrou em seu ouvido:
- Eu sei que somos inimigos.
- Erámos – corrigiu ele.
- Então ira me ajudar? – sorriu ela em tom de malicia –
irá realmente ajudar a sua maior inimiga a ganhar a liberdade?
- Sim irei, é necessário que você saiba, que ajudamos
durante nossa vida muitas pessoas, em certos momentos seguimos os mesmo ideais,
foi necessário a prisão para ver, que a única coisa em que discordamos durante
todo esse tempo foram nosso métodos, no final tudo em que éramos diferentes,
era igual o bastante para que nosso destino fosse o mesmo.
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