sexta-feira, 14 de outubro de 2011

A gente se engana

       Ali estava ele, uma sexta sem estrelas, um céu sem lua nublado, um belo céu Curitibano, e olhando ela de pele morena, sorriso translucido começou a dizer:

        - Enquanto eu esperava você foi que eu percebi o quanto sou pequeno, o quanto sou insignificante, o quanto eu te espero, sabe, talvez não seja dessa vez, talvez não sejamos eu e você destinados, talvez eu realmente seja mais um em sua vida, mas eu vou me enganar mais uma vez, vale a pena você vale a pena.

       - Mas, mas eu...

       Neste momento ele a calou colocando sobre sua boca um dedo, ela abaixou sua cabeça, como quem iria chorar e continuou:

       - Eu sou uma causa perdida, porque você perde seu tempo comigo.
     
       Ele sorriu, levantou a cabeça dela, olhou seus olhos, ele não a conhecia, era sincero consigo mesmo, era pouco o tempo em que eles se conheciam, mas ele sabia, naquele momento ela era tudo que ele queria, com todos seus problemas, dilemas e incoerências, ele não queria ver ela alguém que ele achava tão especial perdida, estava decidido ele seria o seu escoro, enquanto ele aguentasse a barra, ele continuou:

       - Não, você não é você é mais, mais até do que eu falo, eu não sou um bom ourives, mas sei o quanto preciosa você é.

       Ela o tocou, ele sorriu, ela sorriu de volta, olhares cruzados com profundidade que levaram a um beijo que não estava no script, um beijo sem pedidos, um beijo sem dúvidas, um beijo onde um havia entendido o outro, pouco a pouco eles caminharam juntaram suas mãos, ele decidiu falar um pouco mais, como se alguma vez na vida ele tivesse poupado palavras, ele continuou:

       - Muitas vezes eu segui sozinho, tentando encontrar meu rumo, não sei se tudo vai dar certo, mas não quero mais dúvidas, neste momento quero deixar as coisas rolarem, com você ou sem você, preciso de um teto e você de um chão, eu preciso ser o chão de alguém, e você me faz sentir firme o bastante para isso, você diz que não é nada, uma causa perdida, mas causas perdidas não fariam eu continuar dessa forma.

       Os dois se entreolharam, mais uma vez ele teve certeza de que talvez mesmo errando algumas palavras talvez no fundo tudo que ele faria era acertar pouco a pouco o intimo dela e talvez ela que era tão parecida com ele lhe entenderia, ou não, para ele bastava fazer aquele momento o mais especial possivel, para ele bastava deixar sua marca, e o céu o ajudou, a lua apareceu e ali naquele curto minuto onde a lua apareceu seus olhos brilharam, e naquele momento por mais que os dois tivessem dúvidas, era amor, talvez um amor passageiro, mas isso bastava, afinal a gente se engana mesmo desse jeito ou não?




Existe um poema para cada homem do universo


existe uma estrela para cada mulher do universo

homens são palavras que podem ser apagadas

mulheres são estrelas que jamais se apagaram

Lucas "Rueles" da Cunha



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