"escutem a musica enquanto leem o texto"
- E ai é verdade?
Ela me perguntou, eu meio que engasguei não esperava essa
pergunta tão repentinamente, eu queria mentir, eu queria fugir, mas acredite eu
precisava ser maduro, eu que a tanto tinha falado pra ela sobre maturidade
agora tinha que provar com uma simples palavra o entender disso, mas isso
significa o fim, meu ultimo grito de socorro ao tentar conquista-la a ultima
cartada de quem realmente esperava ir mais longe, mas a ilusão durou pouco, eu
e ela precisávamos disso.
Olhei para ela, respirei fundo antes de dizer e disse:
- Sim, é verdade.
Mas
porque tudo demorou tanto, porque o tempo parou quando dei minha resposta,
porque ela parecia me olhar de cima mesmo sendo levemente mais baixa que eu,
seus olhos turvaram, sua boca secou, tudo ficou cinza e eu ali atônito esperando
uma única reação ou esboço, esperando talvez palavras.
Neste momento foi possível entender os comentários de uma
ex-namorada que havia me dito que o único momento superior a um beijo era o
momento que o antecedia, o medo, a boca seca, as mãos suadas, os olhos turvos.
Ela
me beijou eu a beijei e ficamos assim por um longo tempo abraçado observando a
nós mesmo, deixando que a coisa acontecesse, e como era difícil acontecer entre
a gente, o medo de perder uma ótima amizade, e o medo de as coisas passarem
para sempre, tudo isso naquele momento não existia, só existiam meus braços e o
corpo dela, seu rosto, sua mão, seus olhos, cabelos, face, um corpo que merecia
ser recheado de carinho era tudo que existia pra mim.
Sussurrei
no ouvido dela:
-
Eu preciso dizer tudo – ela me interrompeu, não queria saber, pois sabia que
uma vez terminada aquela conversa nada teria mais volta – no inicio eu tinha
medo, mas eu gostava de você, eu sabia que no fundo tínhamos algo em comum, eu
mentia pra mim mesmo que estava perto de te conquistar, mas o tempo foi
passando, até que sei lá, acho que chegamos aqui.
Ela
me olhou, tentava entender as palavras desconexas que eu dizia, mas que a afetavam,
eu olhei de volta, queria lembrar naquele momento nem que fosse um terço da
nossa história, desde que nos conhecemos aquele momento, sua indecisões eu
apoiei, seus problemas eu resolvi, sua imperfeições eu nunca percebi, e foi
tudo sempre assim, sempre dedicado enamorado, e muito pouco antes dela foi que
eu percebi que tudo aquilo que tinha feito havia um motivo, um plano do meu
coração a fim de me entrelaçar sem eu perceber.
-
Não posso – finalmente ela disse enquanto se desvencilhava do meu abraço – não vai
dar certo.
-
Por quê?
Perguntei
um tanto quanto inocente, ela me olhou começando a chorar, e eu não entendi,
abracei-a de novo, pensando o porquê, logo ela tão especial duvidando do tanto
que eu fiz, perguntei:
-
Eu fiz algo de errado, agi de alguma forma errado?
-
Não você não fez nada, você tem sido perfeito, porque você tinha que se
apaixonar por mim?
Eu
sorri um sorriso entre a incredulidade e a ironia, tentei me conter mas a
beijei de novo ela fez cara feia, percebi que o medo dela nada tinha haver
comigo, ou com o que ali tinha acontecido, o choro dela era de alegria, e assim
pude sorrir, sorrir de verdade.
-
Acredite em mim, eu não me importo com nada disso. Beleza? Tudo que eu preciso
é de seus olhos.
E
de seus lindos olhos azuis, combinados com sua boca rósea em destaque em
relação a sua pele branca ela sorriu, me encantou enxugando as lagrimas e
aproveitando aquele momento para esquecer de tudo, de todas as dores, E mais uma vez sua mão suou, seus lábios ficaram secos, seus olhos ficaram turvos, era aquele momento, aquele que antecede de forma plena aquilo que é tão especial.
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