sábado, 31 de março de 2012

Uma manada de sonhos

As 4 primeiras são de 2010, quando eu não tinha nem um ano de faculdade e alguns sonhos se formando. Por isso a penultima das 4 ainda se refere a mim como uma pessoa com menos de 20 anos. As outras, que estão depois, foram todas feitas essa semana, com o amadurecimento que eu ganhei nesse tempo longe da casa dos meus pais, morando em Ilha Solteira, que acabou virando minha casa de verdade, por enquanto. Espero que agradem vocês como me agradaram.

Para Sempre

Horas tediosas se arrasam
se... afastam
vão longe

E num momento monótono, inóquo, inútil,
Há eternidade
E me falta a vontade.

Não soa incrível que este desejo
irrealizável da humanidade
esteja num momento melancólico?

Novembro

Novembro me traz uma brisa nova.
Ontem, aprendi alguma coisa nova.
Vou acreditando que é pra ser assim mesmo.
Em um momento vai ser verão.
Março vai vir, chuvoso, me derrubando do cavalo.
Batalharei outro ano suado.
Rapidamente vai ser Novembro (de novo).
Outra brisa virá.

Ossada I

Duas décadas cheias de séculos.
Incompletas (ainda), mas duas.
São poucas pra me dizer velho,
mas é como me sinto.
Vinte anos é uma marca e tanto.
Pode ser um quinto ou metade de tudo,
não importa, pois é a parte mais importante.
Antes, eu era um por dia.
Agora, serei sempre o mesmo?

Desimportante

Já me chamaram de idiota, babaca,
cafajeste, filho da puta, panaca,
cachorro, besta, desgraça, otário,
até de merda e ordinário.
E muita coisa pior.

Mas nunca me chamaram de "piltre",
nunca gritaram "pulha" pra mim,
oi mesmo um solitário "patife".
Onde foi parar a elegância?!

Peças

Caminho entre os feridos, recolhendo pedaços
Histórias que se repetem, pessoas que não aprendem
E eu os integro a mim, um Frankenstein emocional.
Nessa somatória, me sinto mais forte, revitalizado
Peço numa prece solene que a solidão se esvaia.
Mas ela fica, apesar de eu não estar sozinho dentro de mim.
As vezes a irregularidade dessa melancolia espanta
o calor certo da nova chance de amar.
Mas mesmo assim me encho de retalhpos,
Me sinto cheio do vazio de ser todos
E perco a chance de ser alguém.
Imploro, de pena em punho, para o meu eu,
Que eu aprenda, que eu me torne mais,
Sendo menos vazio.
Mas me falta um algo, há um espaço em mim,
Um buraco negro no teu formato exato,
Tridimensional e sólido, imutável.
Fica a esperança pra que a pauta fria,
A melancolia do nosso papo, vire algo novo,
Se torne um mês inesquecível, um ano novo,
Uma eternidade feita de momentos.
E que a gente construa um castelo, tijolo por tijolo,
dos nossos próprios pedaços.

Na névoa, a fumaça.

Choveu lá fora, e a água trouxe abaixo
o frio pra erva de mate.
O gás do fogão acabou, faltou manteiga, ovo,
e você não fez o tal bolo de chocolate.
A roupa ficou por lavar, eu não lembrei
dela, e você me disse que "tá tudo bem".
Mas eu lembrei das contas, água, luz,
telefone, essas coisas que não dá pra viver sem.
Eu lembro que já é Março, e você com seu maço,
fazendo fumaça só pra me irritar.
Eu lembro da tua promessa, e você lá,
chorosa, promete de novo parar.
Eu penso no tempo, nos meses, o tempo
passou e você ainda aqui.
E o que a gente julgou passageiro
vira simples e fixo como eu nunca vi.
Eu observo você na pintura, você elogia
minha música, e eu te dou mil abraços.
E eu me lembro daquela figura, lá num outro Março,
linda, na chuva, você com seus traços.

Chuva em Alto Mar

Aquele impasse.
você que me consertar.
eu quero te corrigir.
E a gente jogando
água no mar,
rezando pra chuva cair.
Mas eu penso e lembro
que pro amor não secar,
a tempestade tem de vir.
E quando esse mundo de água
enfim transbordar
das coisas de mim,
Saiba que em meu oceano
você vai poder nadar
no que também veio assim.
E no mesmo barco
vamos em paz velejar
pro horizonte sem fim.

Pálpebras

Areia em meus olhos: é o tempo?
Ou foi o velho Morpheus me visitando?
As vezes ele esquece de passar por aqui,
Mas insisto em convidá-lo.
E assim marco outro passo à frente
nessa jornada rumo à eternidade,
que ninguém alcança, mas todos procuram.
E assim, grão por grãos, nos esvaímos,
sem nunca acabar de escorrer,
até que venha, inesperadamente destinado,
o sono sem sonhos.

Úmido

Ahhhhhhh... O azul...
Misturado com cinza no céu
Chuvoso das águas de Março.
O cheiro de terra molhada.
As gotas geladas nas folhas
molhadas do orvalho matutino.
O jornal fala de mortes,
Os preços aumentaram de novo,
Os políticos roubaram mais uma vez.
Mas a enxurrada de Março,
sonora e faceira, carrega,
sem medo, minha mente ao passar.
E é sempre um motivo pra sorrir.

Um com o mundo/Alone with all

Sozinho estou, ficarei até esquecer
Outras paragens, paisagens, planos.
Logo vou encontrar alguém pra até amanhecer.
Tristeza não há, mas solidão por anos.

Embora me julguem tolo, enganador,
Infinitas são as possibilidades do tempo.
Rota é a areia escorrida e gasta nessa dor.
Ou seja, não quero seguir nesse exemplo.

Simple minded? Maybe, after all.
I never founded that girl we look for.
Nobody worthy to give a call.

Gorgeous she would ve, not tall.
Lovely, with a true heat at her core.
Even we, lonelys, can dream before fall.

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